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O crime perfeito em Boston? Israel investiga o homicídio do cientista Nuno Loureiro

O Jerusalem Post revela que os serviços secretos estão a examinar a "ligação iraniana"

O homicídio de Nuno Loureiro, físico português de 47 anos, deixou de ser apenas um caso de polícia em Boston para se tornar um enigma geopolítico.

Serviços de inteligência israelitas investigam agora se a execução do cientista nuclear do MIT tem a assinatura de Teerão, e o que parecia ser um crime violento num subúrbio pacato dos Estados Unidos ganhou contornos de conspiração internacional.

De acordo com informações avançadas pelo jornal israelita Jerusalem Post, as autoridades de Israel estão a analisar dados recolhidos nos últimos dias que sugerem um possível envolvimento do Irão no assassinato do português. Embora as fontes sublinhem a ausência de “provas concretas” que liguem o ato a uma operação de Estado, o perfil da vítima coloca a investigação num patamar de exceção.

Nuno Loureiro não era apenas um académico. Natural de Viseu, formado em Lisboa e doutorado em Londres, o físico era um dos principais rostos da investigação nuclear no prestigiado Instituto Tecnológico do Massachusetts (MIT). Ali, dirigia um laboratório focado na energia de fusão, uma área de extrema sensibilidade tecnológica que o próprio Loureiro acreditava ter o potencial para mudar o rumo da humanidade.

A investigação israelita ganha tração não apenas pela especialidade científica de Loureiro, mas também pelo seu contexto pessoal. Casado com uma cidadã israelita, o físico mantinha uma postura pública de apoio a Israel, exibindo cartazes na janela de sua casa. Foi precisamente nesse cenário, à porta de casa e perante o quotidiano de um pai de três filhos, que foi intercetado na noite de segunda-feira. Três tiros à queima-roupa ditaram o fim de uma carreira brilhante.

Dez anos após se ter fixado nos Estados Unidos, o percurso de Loureiro – que passou pela fusão de plasma e pela liderança de equipas de topo – terminou de forma abrupta e profissional. Enquanto a polícia norte-americana mantém o autor do crime “a monte” e sem identificação, a sombra de um conflito que extravasa as fronteiras de Boston paira sobre o caso, para Israel, a morte do português pode ser mais um capítulo na guerra invisível entre serviços secretos e cientistas estratégicos.

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