“O meu filho nega tudo”, diz pai de suspeito de ter posto fogo no Caramulo
Luís Teixeira, pai de Patrick Luís Alves Teixeira (na foto), que foi indicado por Fernando Marinho de ter sido seu cúmplice e instigador no fogo posto à Serra do Caramulo a 20 de Agosto, que provocou a morte de três bombeiros, diz que filho nega tudo e que tem maneira de o provar.
“O meu filho diz que é tudo mentira. O Fernando está a mentir”, diz Luís Teixeira, pai de Patrick Luís Alves Teixeira, que foi indicado por Fernando Marinho de ter sido seu cúmplice e instigador no fogo posto à Serra do Caramulo a 20 de Agosto, incêndio que provocou a morte de três bombeiros.
Fernando Marinho, 20 anos, foi detido na sexta-feira pela Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro e está agora em prisão preventiva, já que confessou ser o co-autor do incêndio que devastou a serra do Caramulo. Fernando indicou à PJ ter agido com um cúmplice, Patrick Luís, que o terá instigado ao crime.
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Patrick Luís, 28 anos, mora no Luxemburgo, é mecânico de formação, mas encontra-se actualmente desempregado.
“Eu e o meu filho soubemos [da detenção do Fernando e do mandato de detenção emitido para o Patrick] pelas notícias. Como é que reagimos? Como é que acha? Muito mal! O meu filho disse logo que era tudo mentira e que tinha maneira de o provar”, disse o pai, Luís Teixeira, esta manhã, quando foi contactado pelo nosso jornal.
Porque terá mentido o Fernando? “Não sei, eles são amigos, não percebo…”, confia o pai do suspeito ao telefone.
“O meu filho nunca fui multado pela GNR!”
O Fernando Marinho também terá mentido sobre as razões de ter lançado o incêndio no Caramulo, quando disse ter sido instigado por Patrick, porque este se queria vingar de uma multa que a GNR lhe tinha passada dias antes.
“Nos jornais vem que ele [Fernando] diz que o meu filho agiu por vingança por ter sido multado pela GNR. Mas é mentira, o meu filho diz que nunca foi multado pelas autoridades e que há maneira de o provar”, acrescenta ainda Luís Teixeira ao nosso jornal.
O pai confirma que os jovens, amigos desde sempre, estiveram juntos este Verão e que nada fazia supôr um tal acto por parte de Fernando.
“Somos vizinhos em Nogueira, Alcofra [Concelho de Vouzela, Distrito de Viseu, n.d.R.]. Conheço o Fernando desde miúdo, nunca pensei…”, conta o pai de Patrick.
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“O meu filho não anda fugido!
“O meu filho não anda fugido”, faz ainda questão de acrescentar o pai.
“O meu filho está aqui no Luxemburgo. Veio comigo de Portugal na quarta-feira [28 de Agosto, ndR], quando regressámos de férias. Ele não fugiu de Portugal como se diz por aí…”, explica.
“Agora, estamos a ver como as coisas evoluem, porque ele ainda não foi contactado por ninguém, nem pela polícia portuguesa nem luxemburguesa. Hoje, ainda não falei como o meu filho, mas ele disse-me que ia ver se encontrava um advogado. Como é dia de braderie [na cidade do Luxemburgo, ndR], e muitas coisas estão fechadas, não sei se vai encontrar algum. Mas ele não anda fugido, como dizem”, frisa mais uma vez.
Luxemburgo ainda não recebeu mandato de detenção para Patrick
Serge Arend, porta-voz da Polícia Grã-Ducal, confirma que a polícia luxemburguesa ainda não recebeu nenhum mandato de detenção europeu da parte da Polícia Judiciária portuguesa para Patrick.
Arend explica-nos que esses trâmites transitam através das procuradorias dos dois países.
Junto da Procuradoria do Estado luxemburguês também não foi possível obter informação nenhuma, já que ainda decorrem as férias judiciais até 16 de Setembro.
Suspeito de ter ajudado a pôr fogo no Caramulo procurado nas redes sociais
Se Patrick não é ainda procurado pela Polícia no Luxemburgo, nas redes sociais nasceu um movimento de ódio aos dois jovens, que já tem até a sua própria página Facebook, que propõe “Vamos encontrar o incendiário Patrick”.
A página foi criada no domingo e no mesmo dia juntou 7 mil seguidores e quase 14 mil em pouco mais de 19 horas.
Na página podem ler-se comentários de ódio contra os dois incendiários e dicas de pessoas que conhecem o emigrante no Luxemburgo e dão indicações onde mora e onde poderá parar.
“Ontem vi-o na Schuberfouer”, indica uma internauta. “Ele frequenta o Café X e costuma ir ao Café Y”, publica outro.
“Andei com o Patrick na escola e não o estou a ver a cometer um crime desses”, publica, por seu lado, um ex-colega do jovem no nosso Facebook.
Também as páginas pessoais no Facebook do Fernando como do Patrick, bem como da mulher do Patrick, estão inundadas de insultos e ameaças de morte.
Jovens podem ser julgados por incêndio doloso e três homicídios
Os dois jovens podem ser julgados pelos crimes de associação criminosa, incêndio doloso e três homicídios – já que os bombeiros Ana Rita Pereira (Alcabideche), Bernardo Silva (Estoril) e Cátia Dias (Carregal do Sal) morreram durante o combate ao fogo.
fonte: jornal wort