O que aconteceu a Nuno Markl

O humorista, locutor e apresentador Nuno Markl, de 54 anos, deu entrada no hospital na quinta-feira, 20 de novembro de 2025, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

A notícia, pegou de surpresa os fãs e colegas de trabalho, que inundaram as redes sociais com mensagens de apoio ao longo do fim de semana.

Tudo começou em casa, na Parede, perto de Cascais. Markl sentiu-se indisposto e dirigiu-se inicialmente ao Hospital de Cascais, de onde foi transferido para a ‘Via Verde AVC’ para o Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, uma unidade de referência para casos neurológicos graves.

Lá, permanece em observação nos cuidados intensivos, mas o prognóstico é positivo: está estável, consciente, bem-disposto e sem risco de vida. Pedro Ribeiro, diretor da Rádio Comercial, onde Markl brilha há anos com a rubrica “O Homem Que Mordeu o Cão”, tranquilizou os ouvintes na emissão de sexta-feira: “Está a ser seguido e a ter os melhores cuidados, a recuperar. As primeiras 48 horas são decisivas para perceber a extensão dos danos e sequelas, mas estes primeiros sinais são muito positivos.”

O próprio Nuno quebrou o silêncio na manhã de sexta-feira, partilhando uma foto no Instagram da cama do hospital, com um sorriso tímido e um ar sereno. “Estou em óptimas mãos aqui no São Francisco Xavier, estou a recuperar aos poucos e deixo uma lição para todos: não somos super-homens”, escreveu, adicionando um toque de humor à vulnerabilidade: “Por muito que se amem as 789675 coisas que fazemos, elas podem dar cabo de nós… “. Horas depois, no sábado, voltou a atualizar: “Isto vai!”, reforçando o otimismo e acalmando os fãs preocupados.

A suspeita inicial aponta para um AVC hemorrágico, possivelmente ligado a hipertensão agravada por stress e uma agenda sobrecarregada, algo que Markl próprio admitiu nas redes no dia anterior ao internamento. Na quinta-feira, ainda apresentou a sua rubrica na Comercial e partilhou uma foto fofa com a cadela Chiclete, deitada no sofá: “Acho que a Chiclete percebeu que hoje não há gravação de Taskmaster e agora estou soterrado por uma cadela que não consente que eu me mova um milímetro daqui para fora.” Mal sabia que, poucas horas depois, o corpo lhe daria um sinal para abrandar.

A reação foi imediata e unânime. A Rádio Comercial postou: “Nuno, estamos todos contigo!” Colegas como Cândido Costa, do “Taskmaster” (programa da RTP onde Markl participa ao lado de Vasco Palmeirim), escreveu: “Ainda vamos abrir muitos envelopes. O Nuno é um diamante, um ser humano sensível e gentil como não conheci na minha vida. Força, precisamos muito de ti.”

Até o FC Porto, fã confesso do humorista, enviou uma mensagem com uma referência ao programa: “Força, Nuno! Vamos abrir esse envelope juntos.” No X (antigo Twitter), as mensagens de apoio multiplicam-se, com posts como o de um utilizador que nota: “Finalmente encontramos uma pessoa sem haters: Nuno Markl”, somando milhares de interações.

Markl, filho do historiador Dagoberto Markl e irmão da radialista Ana Markl, tem uma carreira de mais de 30 anos marcada por criatividade e irreverência. Deu vida a radionovelas como “A Saga de Abílio que caiu da cerejeira”, colaborou em “Os Contemporâneos” e podcasts como “Uma Nêspera no Cu” com Bruno Nogueira, e é presença constante em projetos como “Como é que o Bicho Mexe” durante a pandemia.

Circulou também um boato falso de que teria entrado num hospital privado (CUF Cascais) e sido transferido para o público por “os privados só quererem lucro garantido”, mas o Polígrafo desmentiu: foi sempre no Hospital de Cascais (público) desde o início. Num momento em que o país discute saúde e acessos, a história de Markl destaca a importância da rede pública.