Pedro Sousa critica VAR e apela a Fora de Jogo semi-automático: “Prefiro que a máquina erre”
Pedro Sousa ataca erros do VAR, elogia Cláudia Ribeiro e apela a fora-de-jogo semi-automático na FPF. Polémicas e soluções no futebol português.
Pedro Sousa, comentador do canal NOW, não poupou palavras numa análise dura ao desempenho do VAR no futebol português.
O jornalista historiou polémicas recentes, questionou nomeações e deixou um apelo claro à Federação Portuguesa de Futebol (FPF): é urgente investir em tecnologia, “Formar, vai falar, porque agora não pode. Mas vamos lá só historiar aqui algumas coisas, para as pessoas perceberem”, começou por dizer, antes de mergulhar nos detalhes.
O foco inicial foi o jogo de ontem [Benfica/Tondela]. O VAR era Cláudia Ribeiro, descrita sem rodeios como “a menina bonita do VAR”. “É a aposta muito declarada do Conselho de Arbitragem”, sublinhou. Para ilustrar, recordou um lance recente no Sporting-Braga: “Último minuto do jogo, bola parada, fechão de camisola de Ulman, o árbitro não viu, penálti, Braga empata em avalante”. Foi Cláudia Ribeiro quem chamou o árbitro para a revisão – uma intervenção elogiada até por Duarte Gomes. “A família até é elogiada por Duarte Gomes. Sim, foi muito elogiada por Duarte Gomes”, reforçou Sousa.
Mas o comentador não ficou pelo passado. Olhou para o futuro próximo: o FC Porto-Braga, “que pode já até considerar-se um clássico”. As nomeações? “Tiago Martins regressa como VAR nesse Porto-Braga do fim de semana. E quem é o A-VAR? Quem é que vai estar sentado ao lado direito do Tiago Martins como A-VAR? Cláudia Ribeiro”. Uma dupla que, para Sousa, levanta sobrancelhas.
Sobre o árbitro do jogo de ontem, Carlos Macedo, de 39 anos, o veredito foi curto, “O Carlos Macedo não tem experiência, […] embora já tenha 39 anos, não tinha apitado nenhum jogo de grande esta época”. E sobre Cláudia Ribeiro no lance em causa, “Estudou a decisão de Cláudia Ribeiro? Sim. Mal”. Sousa gosta de “olhar para as nomeações” e detetou padrões: “Cláudia [Ribeiro], não sei se andou em tirocínio, andou a apitar as equipas B, do Benfica, do Porto e do Sporting. E dá-se a curiosidade sempre fora, nunca em casa”. Conclusão? “Isto sobre o árbitro, ele e o VAR estiveram mal neste lance”.
A crítica ganhou fôlego com um apelo à FPF, que “ainda agora apresentou contas […] contas certas e contas no lucro e dinheiro no banco”. Para Sousa, é altura de agir, “É urgente, decisivo, que adquiram a ferramenta do fora-de-jogo semi-automático”. Porquê? “Não podemos estar dependentes de um técnico estar a traçar a linha e depois vermos que é um centímetro para a frente ou um centímetro para trás. Prefiro que a máquina erre, a isto estar na mão de um técnico para traçar a linha”. Inspirou-se na Liga dos Campeões, “Façam como faz a Liga dos Campeões, comprem, invistam no fora-de-jogo semi-automático, deixem a máquina trabalhar, e não o homem a traçar a linha”.
E deixou um recado final sobre os polémicos centímetros no ecrã, “Deixem-se de colocar lá os centímetros. Mas porquê colocam lá os centímetros? É só para suscitar ainda mais conversa, mais polémica”. Dirigindo-se a Duarte Gomes, diretor técnico nacional da arbitragem, pediu, “Com todo o respeito […] não ponha lá os centímetros. Tira de lá os centímetros. Não ajuda ninguém, e acaba por não proteger o VAR, nem proteger o árbitro”.
Numa intervenção que mistura indignação com bom senso, Pedro Sousa defendeu menos intervenção humana e mais confiança na máquina. Resta saber se a arbitragem portuguesa está disposta a ouvir.