Procura virgens pelo Facebook

Obcecado por raparigas menores, virgens, criou perfis falsos em várias redes sociais da internet – como o Facebook e o Hi5 –, fazendo-se passar por adolescente. Só que Camilo, mecânico de 24 anos, desempregado, usou as identidades para se aproximar das suas presas. Abusou sexualmente de pelo menos uma jovem, de 14 anos, chantageada depois para arranjar amigas. Virgens. A PJ apanhou-o.

Foi detido pela Judiciária do Porto, mas acabou libertado ontem pelo Tribunal de Paredes, sujeito a apresentações periódicas à polícia. No telemóvel e no computador tinha dezenas de fotografias de conteúdo pedófilo. E algumas imagens das menores nuas eram exibidas pelo predador a outras vítimas. A PJ acredita que há mais raparigas abusadas.

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Os responsáveis da PJ pela investigação continuam a fazer diligências para encontrar mais vítimas, menores que estejam em silêncio por vergonha. Camilo, de resto, já estava referenciado em outros casos de pedofilia, cujas investigações ainda estão a decorrer.

O suspeito conheceu a rapariga de 14 anos abusada, residente na zona de Paredes, em Julho passado, fingindo ser também uma adolescente. Após ganhar a confiança da menina, marcou um encontrou e revelou ser um homem. Rapidamente conquistou a menor – que acabou por acreditar que estaria a começar uma relação amorosa séria. Mas, depois de ter sido abusada, o mecânico exigiu que ela lhe apresentasse amigas da mesma idade, de preferência virgens.

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A menor ficou aterrorizada, até porque Camilo passou a fazer também insinuações de morte. Chegou a mostrar uma pistola à jovem e a enviar-lhe diversas mensagens para o telemóvel, em que escrevia que alguém da família dela poderia vir a morrer. A mãe da menina descobriu tudo e alertou a PJ.

SUSPEITO CONTA AO CM QUE FEZ UM PERFIL FALSO

A defesa do suspeito rejeita as acusações, afirmando que o mecânico nunca forçou a menor a apresentar-lhe outras amigas para manter encontros sexuais. O arguido disse ao Correio da Manhã, ontem à tarde, à porta do Tribunal de Paredes, que apenas manteve um encontro sexual com a menor e não dois, como refere a Judiciária.

Mas Camilo admitiu que, no primeiro contacto pelo Facebook, terá criado um perfil falso, fazendo-se passar por uma rapariga. No entanto, garante que, depois, fez um perfil real para abordar a jovem e combinaram o encontro. No computador do mecânico, a Judiciária encontrou várias fotografias de cariz pedófilo, mas a defesa diz que nenhuma delas era da menor que o denunciou à polícia.