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Quando Vasco Pereira Coutinho quase seguiu o sacerdócio

O humorista recorda a passagem pela catequese, o impacto do padre João Soares e os anos marcantes que viveu em Roma durante o seminário.

Vasco Pereira Coutinho brilhou no Tribeca Festival, que animou Lisboa entre 30 de outubro e 1 de novembro, e acabou por surpreender durante uma conversa descontraída com o podcast Geração 80.

Numa partilha rara, o humorista abriu o coração sobre capítulos menos conhecidos da sua vida, desde a catequese até ao antigo desejo de seguir o sacerdócio.

Entre risos e memórias, revelou a influência decisiva de uma figura da juventude. “Tive uma pessoa na minha vida que me foi muito importante, que foi o padre João Soares, que me deu uma estima que, vinda de fora do seio familiar, acabou por me marcar”, confessou, “E então eu percebi que queria dar às pessoas aquilo que tinha recebido”, acrescentou.

A ligação de Vasco à fé começou cedo. “Aos 17, comecei a dar aulas de catequese, até que pedi ao padre João para ir para o seminário. Fui trabalhar primeiro, depois de ter feito o curso, mas lá fizemos o período de verificação e eu depois fui para Roma. Estive lá cinco anos, dois no seminário, para mim era óbvio que o caminho era aquele. Eu tinha um grande desejo, tinha sido aceite, e, portanto era a realidade a dizer-me que o caminho era por ali”, contou.

Roma acabaria por ser tanto uma aventura como uma prova pessoal, “Eu estava um bocado inconsciente, porque eu separei-me da minha família. Tudo coisas ótimas, mas só quando cheguei lá e percebi que não ia conseguir explicar sempre aquilo que realmente sentia, por causa da língua diferente, ou porque a experiência não correspondia àquilo que eu esperava… não pensei muito no assunto, mas só comecei a ficar aflito quando cai mais na real”, recordou.

Nem tudo foi leve nesse processo. “Foram anos sofridos porque também comecei a dar conta de muitas dificuldades minhas. Também já tinha sido um horror para a minha família, quando eu fui. A minha mãe disse que eu não podia ir, o meu pai foi mais respeitador, até a minha avó, que apoiava sempre tudo, aqui ficou muito aflita. Mas ao fim ao cabo era uma decisão minha“, disse.

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