Ide de Souza Vieira é concorrente de “O Amor Acontece”, da TVI e carrega uma dor profunda, a morte da filha mais velha.
«O Amor Acontece» é o novo reality show da TVI e hoje, no “Dois ás 10” ficamos a conhecer Ide Vieira, uma concorrente do programa.
Tem 64 anos e vive em Portugal há 3 e diz-se apaixonada pelo nosso país. A mulher que carrega que chorou a morte da filha mais velha há 17 anos esteve hoje á conversa com Maria e Cláudia, na manhã da TVI
Na altura, pensou várias vezes em acabar com a própria vida: “Entrei num buraco negro”. Foi no Brasil que a tragédia aconteceu, em 2004, “Ela fazia 19 anos em março e faleceu em dezembro”.
“Acho que temos de ter muito Deus dentro do coração e uma força gigantesca para poder voltar a sorrir depois de uma perda tão gigante como esta. Principalmente quando se é aquela mãe galinha, que quer ter os filhos debaixo das asas o tempo todo, a ampará-los, a fazer tudo ou além de tudo para lhes dar o melhor. Eu sempre fui aquela mãe amiga, companheira, menina, que brincava com as minhas filhas com bonecas. Eu misturava-me como criança”, contou.
Ide contou à dupla de apresentadores que a filha foi “sonhada e planeada”… “Ela era uma menina alegre, como eu. Brincalhona, risonha. Com o passar do tempo, na adolescência, mostrou uma aptidão muito grande para a música. Tocava piano, teclado, órgão. Tocava divinamente”, recordou, sorrindo.
“Quando a perda aconteceu, o chão abriu e eu entrei num buraco negro. Ela levou a minha alma. Durante muitos anos, senti-me morta por dentro. Eu obrigava-me a sorrir, porque a vida continua. Mas, dentro de mim, sentia-me morta”, admitiu e contou que confessara à sua outra filha: “Acho que sou um cadáver ambulante”.
“No primeiro ano, algo me impulsionava a acabar com a minha vida. Algo dentro de mim dizia-me: ‘Tu não tens vida, isto não é vida. Tu perdeste algo muito precioso na tua vida. Tu, hoje, não vives. Vegetas, és um cadáver ambulante. Acaba logo com isso’”, partilhou a candidata do reality show da TVI.
Num relato emocionante, Ide conta: “Muitas vezes ia a uma grande estrada que há em São Paulo e na qual passam muitas carretas pesadas. Ia para lá e começava a olhar. Vinha uma carreta em grande velocidade e aquela voz dizia: ‘Joga-te à frente daquela carreta’. Outra dizia: ‘Não, não faças isso. Porque ainda não é tempo para morreres’.”
Trabalhando na área hospitalar, teria fácil acesso a medicamentos então a recém-chegada a Portugal pensou mesmo, em roubar para cometer suicídio: “Como ainda trabalhava num hospital, pensava: ‘Conheço medicamentos que se injetam na veia e são letais. Então, vou roubar um medicamento desses’“
“Achava que não tinha meios de me reerguer. Eu dizia sempre: ‘Desta vez, o vendaval levou tudo. Não tem como erguer a minha vida’”, lamentou.
Devido á perda dolorosa da filha, a mulher perdeu ainda o seu trabalho: “Fiquei sem a minha filha e sem emprego. Achava que não tinha como recomeçar”.
Podes ver parte da entrevista aqui.
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