Ricardo Castro escreveu um texto para a revista TV Guia, no âmbito da rubrica ‘Varanda da Esperança’.
“Lisboa, nos últimos anos, tem sido um cemitério de teatros. Desde que me conheço que os vejo fechar e a transformarem-se em apartamentos de luxo ou escritórios. Ou mesmo em centros comerciais. Quando vamos a Madrid, vemos nitidamente que existem teatros em cada esquina, com conteúdos culturais variados e para todos os gostos. Tenho aquela inveja “parva” dos nossos vizinhos espanhóis. Não me conformo”, começou por escrever.
“O Teatro salvou-me a vida, fez de mim aquilo que sou todos os dias. O Teatro é a montra do ator e em Portugal temos belíssimos profissionais da cultura e muitos poucos palcos. Recuso-me a entristecer como o Nicolau Breyner, não quero. Recuso-me a entristecer como o Pedro Lima ou mesmo o Luís Aleluia. Não quero fazer aquela ficção em que digo exatamente o mesmo durante 300 episódios, enfiado num armazém a tentar acreditar que sou feliz ou me sinto realizado porque apareço na tela depois do Jornal da noite. Se fizer, que seja boa ficção, com uma equipa que esteja ali por mérito com uma boa história, próxima do público. Se o Raul Solnado e o Armando Cortez, entre outros, fizeram a Casa do Artista, e com uma belíssima sala de teatro, eu acredito que consigo construir um teatro em Lisboa, em consciência”, acrescentou.
“Tenho parceiros que acreditam em mim e na forma como sinto que o futuro desta indústria pode sorrir e criar riqueza a todos os níveis. Cada cadeira, por exemplo, teria o nome de um ator, atriz, autor, compositor, figurinista, etc. Vivos ou noutra dimensão. Quando perdi peso, perdi muitos quilos, mas ganhei uma consciência que não tinha, a consciência de querer ser feliz – talvez fosse isso que me tornava tão pesado… Assim, vou caminhando em busca do que me faz feliz. E tu?”, rematou o ator.
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