Tina Turner faleceu esta quarta-feira, 24 de maio, aos 83 anos de idade, vítima de doença prolongada.
Rita Ferro Rodrigues prestou homenagem à cantora nas redes sociais: “Terá sido muita coisa para tanta gente. Para mim começou por ser a memória do meu primeiro beijo longo na boca, aos 14 anos, em Alvalade ao som do “The best“. Ainda nesse concerto e apesar do momento marcante os meus olhos não desgrudavam do palco, a Tina Turner era a mulher com mais pinta do mundo: de jeans e camisa branca na primeira parte e depois, se não estou em erro, de vestido brilhante curto, aquelas pernas poderosas e uma sexualidade a dançar que fazia eriçar os pelos de uma múmia, a voz que vinha da vida, da dor, do amor”, começou por escrever.
“O power total. Mais tarde li a biografia dela, vi a série, nessa altura já sabia o quanto esta mulher tinha sofrido, levou pancada de quem era suposto a ter amado, perdeu tudo, até pelo seu nome teve de lutar e aos 45 anos e depois de muito sofrimento, conquistou finalmente o mundo e a glória absoluta, a paz, o amor sereno, o respeito das pessoas que tanto a destrataram quando era mais miúda, por ser pobre, negra e mulher”, prosseguiu.
“Nessa vinda da Tina Turner a Lisboa, ficou instalada no Hotel da Lapa. No dia antes do concerto eu ia para casa a pé depois da escola e vejo uma limousine abrandar para eu passar na passadeira. Sendo o carro pouco habitual no bairro, timidamente espreitei pelos vidros fumados e vi a Tina Turner. Devo ter feito uma cara tão espantada que ela abriu o vidro e disse ‘Hello!’ e sorriu. Breves segundos. Fechou o vidro e seguiu viagem. E eu fiquei, muito miúda, perdida no meio da rua, boquiaberta a tentar perceber o que tinha acontecido ali. Não havia telemóveis, o momento ficou-me gravado na retina e no coração. A simplicidade e simpatia, a cena mais corriqueira e bela“, acrescentou.
“Hello Tina ❤️ A janela fechou mas a música no carro vai aos gritos e vamos dançar para sempre. Obrigada por tudo“, rematou a apresentadora.
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