Sandra Felgueiras e José Alberto Carvalho estiveram frente a frente a conversar, no âmbito da emissão especial do 31º aniversário da TVI, esta terça-feira (20).
José Alberto Carvalho leu uma das perguntas propostas para a entrevista: “Que momento viveste enquanto jornalista que te arrependes?“.
“Eu hoje arrependo-me, mas não me poderia arrepender-me à época, porque eu na época fiz o que voltaria a fazer com os dados que tinha. Mas eu arrependo-me amargamente de ter acredito numa pessoa chamada Gonçalo Amaral [inspetor da PJ], que enganou muita gente, que convenceu todos os jornalistas que, de facto, os pais da Madeleine McCann [menina inglesa desaparecida no Algarve em 2007] a tinham matado e ocultado o cadáver“, começou por responder Sandra Felgueiras.
“Arrependo-me daquele momento em que, com esta visão deturpada, perguntei a um casal destroçado como é que justificavam o sangue dentro do apartamento e dentro do carro. Imagino que não seja possível para eles desculparem-me, mas eu fiz aquilo que um ser humano bem formado faz que é pedir desculpa. E foi a única vez na vida que eu me senti obrigada – e não o fiz de ânimo leve, nem faço – a denunciar uma fonte e a denunciar o que aconteceu”, acrescentou.
“E, hoje, estou absolutamente certa de que os pais não têm rigorosamente nada a ver com o desaparecimento de Madeleine McCann e tenho muita pena mesmo que esta certeza que se tornou inabalável e todos os dados que nós já pusemos em cima da mesa – vários jornalistas de investigação e a própria polícia alemã – não sirvam para que o mundo acredite que os McCann não têm nada a ver com isto”, rematou a jornalista. Vê aqui o vídeo.
