Sandra Felgueiras processada por vários crimes pela mãe das gémeas luso-brasileiras
Quanto às crianças envolvidas no longo caso, a defesa confirma que vivem atualmente no Brasil e se encontram bem e a evoluir bem, confirma o advogado.

A mãe das gémeas luso-brasileiras que, em 2020, foram tratadas no Hospital de Santa Maria com um dos medicamentos mais caros do mundo, o Zolgensma.
Ela apresentou uma queixa-crime contra António Levy Gomes, o diretor de neuropediatria do hospital lisboeta responsável por denunciar alegados favorecimentos no acesso ao tratamento, num caso que marcou a agenda política e mediática do país durante mais de um ano e envolveu o nome do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
A queixa-crime entregue ao Ministério Público estende-se também à TVI, à CNN Portugal, à jornalista Sandra Felgueiras e ao repórter brasileiro Nelson Garrone, envolvidos nas reportagens que trouxeram o caso a público.
De acordo com o advogado da família, Wilson Bicalho, estão em causa potenciais crimes de difamação, calúnia, violação de segredo profissional, gravações e fotografias ilícitas, devassa da vida privada, exposição indevida de dados pessoais e ainda maus-tratos psicológicos a menores.
A defesa pretende responsabilizar os visados pelos danos sofridos, tanto no plano penal como civil, estando já a ser calculado um pedido de indemnização. O montante final ainda está a ser calculado, e será definido em processo autónomo, terá em consideração fatores como a mediatização excessiva das crianças, a divulgação de dados sensíveis e da morada da família, os lucros obtidos pelos meios de comunicação social com as reportagens, bem como o impacto emocional e psicológico sobre as gémeas.
Além desta queixa-crime, Rui Paulo Sousa, deputado do Chega e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao caso, apresentou uma participação na Ordem dos Advogados contra Wilson Bicalho, acusando-o de recusar responder aos deputados com base no sigilo profissional. O processo, contudo, foi considerado sem justa causa.
Quanto às crianças envolvidas no longo caso, a defesa confirma que vivem atualmente no Brasil e se encontram bem e a evoluir bem, confirma o advogado.