Sete israelitas entre os feridos no Elevador da Glória, “já é uma coincidência”
Nuno Rogeiro pede serenidade e investigação cuidada no caso do Elevador da Glória, sem barulho da rua a atrapalhar.

Na SIC Notícias, Nuno Rogeiro comentou o incidente no Elevador da Glória. E começou logo por uma nuance semântica.
“Na noite do incidente, não vou chamar de acidente porque se está tudo em aberto, pode não ter sido um acidente, uma das coisas que se descobriu, com algum horror, foi que havia muitos passaportes israelitas entre os feridos”, começa por dizer.
Segundo o comentador, foram encontrados quatro passaportes israelitas e identificados mais três cidadãos de Israel com passaportes de outro país. “Estamos a falar já de sete vítimas: quatro delas ligeiras, três nem por isso. Se eu fosse investigador da Polícia Judiciária, dizia: sete israelitas numa coisa destas… já é uma coincidência.”
Para Rogeiro, a constatação levanta interrogações legítimas: “Nós não podemos pôr nada de fora. O que é que um investigador tem de fazer? Recolher provas, recolher elementos, e esperar. Só assim se pode perceber o que é que verdadeiramente aconteceu.”
O comentador fez ainda questão de lembrar o peso cultural e histórico do elevador. “Este elevador faz parte de um património histórico que inclui outros elevadores de Lisboa. Já apareceu até em banda desenhada. Lembro-me do Michel Vaillant, de Jean Graton, onde os heróis da série, ao virem ao Rally de Portugal, iam visitar o Elevador da Glória e o da Santa Justa. Era visto como um dos símbolos de Lisboa.”
No fecho, deixou uma nota de cautela, com o seu tom característico: “Nada disto desilustra a imagem de Lisboa. Mas é preciso dar tempo, dar tempo para as Santas Justas. Deixar que as entidades trabalhem em paz e sem o ruído da rua. Uma coisa é o barulho da rua, outra é a necessidade de trabalhar em consciência.”
