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SIC arrisca perder liderança das audiências em pleno verão após um casting “trauliteiro” no Big Brother

O reality show da TVI voltou a mexer nas audiências e já ameaça a liderança da SIC. Mas os portugueses estão, cada vez mais, a fugir da televisão tradicional.

Carlos Rodrigues, da Media Livre, não tem dúvidas: o verão televisivo de 2025 trouxe uma surpresa que poucos esperavam. “Um casting do Big Brother mais trauliteiro mudou as condicionantes televisivas do mês de agosto”, começa por atirar.

Ao fim de 16 dias, explica, “a SIC ganhou 11 vezes e a TVI cinco, mas uma delas por larga margem por causa do Benfica”. A distância é mínima: “menos de 4 mil espectadores a separar os dois canais, o equivalente a uma décima de distância, ainda com a SIC à frente”. Ele ainda avisa: nada está garantido. A liderança, que parecia consolidada nas mãos da SIC, pode afinal escorregar durante os meses quentes.

Para Carlos Rodrigues, esta oscilação não nasce do nada. É fruto da aposta da TVI em mexer na grelha e refinar produtos que estavam a perder gás. “Esta alteração nos equilíbrios advém, ainda, da afinação no programa da manhã da TVI, e no ligeiro crescimento da informação, até por melhor gestão de grelha, com o Big Brother, antes e depois das 20 horas”, nota. Ou seja, não foi só reality show: houve bastante estratégia.

E a RTP? Vem lá atrás, mesmo depois do oxigénio trazido pela Volta a Portugal. “Apesar de ter abrilhantado as tardes deste mês, continua abaixo da barreira dos 10% de share em média”, refere. Um dado que se junta a um cenário mais negro: a fuga dos espectadores da televisão generalista.

Carlos Rodrigues não esconde o peso desse retrato. “Um balanço que costumo fazer todos os anos, e que, em 2025, regista uma queda bastante acentuada”, confessa. Os números falam por si: desde janeiro, a TVI perdeu quase 65 mil pessoas por minuto, caindo de 359 mil para 294 mil. A SIC não escapa: menos 40 mil, de 340 mil para 298 mil. A RTP desceu de 260 para 220 mil.

No total, nos primeiros oito meses do ano, desapareceram perto de 145 mil espectadores por minuto do universo das generalistas. “Se isto não é crise, não sei o que é”, dispara.

É a televisão de massas a perder terreno, numa altura em que a fragmentação das audiências e a multiplicação de plataformas já não são futuro: são presente.

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