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TVI troca autárquicas por ‘Casa dos Segredos 4″

Artigo da Revista Notícias TV – Jornal de Notícias

A TVI vai encurtar a emissão da noite eleitoral para estrear um reality show. Mas há outra questão que se coloca: irão a TVI e a Endemol permitir que os concorrentes saiam do hotel para ir votar? Fonte da estação diz que sim, que eles podem votar. Teresa Guilherme acha que não…

A estreia está marcada. Ao mesmo tempo que os candidatos às autarquias do país esperam para saber o que o futuro lhes dita, na Venda do Pinheiro os concorrentes da Casa dos Segredos 4 fazem o mesmo. Pela primeira vez, um realityshow vai estrear-se em noite eleitoral. Até então, a estação de Queluz de Baixo dedicava esta noite em exclusivo aos resultados, análises e opiniões sobre os resultados do sufrágio. “Vamos ter a emissão dividida entre a TVI e a TVI24, onde vamos ter também um grande programa de análise. Nós temos o cabo. Quem quiser, pode acompanhar a noite eleitoral lá“, explica José Alberto Carvalho, diretor de Informação da estação de Queluz de Baixo, acrescentando: “Posso dizer que vamos estar a acompanhar o desfecho das eleições e a emissão vai ser marcada pelo escrutínio e as reações em tempo real. Obviamente, teremos a presença de Marcelo Rebelo de Sousa.” Só ninguém adianta a que horas parará a emissão das eleições na generalista para dar lugar à Casa dos Segredos.

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Teresa Guilherme, a apresentadora do programa, garante: “Toda a gente se interessa pelas eleições, mas não sei se se interessam até à meia-noite. O programa vai mesmo estrear-se, não é nenhuma anteestreia. É a abertura da casa, os concorrentes vão entrar, há partidas logo no início, muitas surpresas, o programa terá a mesma duração. A estreia não é o apêndice das eleições, é mesmo estreia.”

Uma fonte ligada à informação diz o que ninguém tem coragem: “A verdade é que vamos dar às pessoas só o que de facto interessa. Por exemplo: há quem, pela sua profissão, devia saber quem são os candidatos de Gaia, que é a terceira câmara mais importante a seguir a Lisboa e Porto, e que não sabem. Isso mostra bem o interesse das pessoas pelas autárquicas”, atira.

Luís Cunha Velho, diretor-geral da TVI, prefere não confirmar a data de estreia do programa, apesar de José Alberto Carvalho e Teresa Guilherme terem falado da questão abertamente. “A TVI ainda não disse uma data oficial”, garante o responsável máximo, que acrescenta, porém, que caso a estreia seja a 29, não desvalorizará a noite eleitoral. “Hoje, sabem-se os resultados de uma forma muito mais rápida. ACasa dos Segredos seria um programa forte para ter a seguir às eleições. Até porque temos a solução da TVI24, onde vai haver uma análise detalhada do resultado e muito mais“, diz o responsável, sem querer adiantar mais pormenores.

Azeredo Lopes, ex-presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, ficou surpreendido com a escolha do dia, e admite que vai ao encontro “do boicote geral das autárquicas que as estações estão a fazer”. “Estamos a falar do coração do sistema político, e a noite eleitoral vai concorrer com a estreia de um reality show? No fundo, é transformar cada vez mais isto tudo num reality show“, lamenta o também professor universitário.

Concorrentes falham votos?

O encolher do tradicional Especial Informação para a cobertura das eleições não é a única questão potencialmente polémica. Uma outra, até mais importante, se coloca. Os concorrentes que entrarem no reality show no próprio dia de eleições vão poder escolher os futuros autarcas da sua área de residência? Tanto a Endemol, produtora do formato, como a TVI protegem ao máximo os verdadeiros concorrentes que vão dar que falar nas galas de domingo e no dia das nomeações. Por isso mesmo, os participantes poderão ter dificuldades em cumprir um direito consagrado na Constituição: votar.

A partir do momento em que são escolhidos, ficam blindados para o exterior e, no fim de semana da estreia, nem sequer podem sair do hotel, estando sempre acompanhados pelos chamados “sombras” [elementos da produção que acompanham cada concorrente], que vão com eles para todo o lado“, conta fonte ligada à produção. Por outro lado, outra fonte da TVI garante que o programa, a estrear a 29, não impedirá quem quer que seja de exercer o seu direito de voto. “Todos os concorrentes que quiserem votar têm a liberdade de o fazer, nem podia ser de outra forma. Eles são obrigados ao sigilo, não podem falar com ninguém, mas se quiserem votam. Eles só ficam fechados para não se conhecerem e não se saber quem vai entrar“, explicou uma fonte ligada à direção da estação de Queluz de Baixo.

Teresa Guilherme garante que vai votar, mas quanto aos concorrentes… ficam as dúvidas. “Desde manhã que as urnas estão abertas, por isso posso e vou votar, tal como os técnicos o podem fazer. Só vou para estúdio à tarde. Os concorrentes, claro que não, estão fechados, por isso não podem ir“, diz.

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Os dias de clausura não começam só no domingo à noite. Quem foi escolhido para entrar na casa mais vigiada do país tem de ter as malas prontas, normalmente, na sexta-feira. “Eles já passam essa noite fora de casa e longe das famílias. Vão ficar em hotéis espalhados por Lisboa, que já estão marcados, não ficam todos no mesmo para não se encontrarem. A dada altura, já são tratados como números, não com nomes, para não serem identificados. É como um código“, conta outra fonte. O telemóvel é dos objetos proibidos, para que não haja contacto com o exterior. Os futuros habitantes da Casa não podem levar para o hotel nada que não seja permitido no programa. “Dinheiro, por exemplo. O telemóvel podem, mas no domingo é-lhes retirado pela produção.” Se vão mesmo votar ou não, só saberemos depois da sua entrada e consequente expulsão.

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