Vítor Baía acusa mulher e gestor de burla
Foram amigos e mais recentemente sócios, mas uma queixa na PJ, no final de 2011, pôs fim a uma relação de mais de dez anos. Agora,Vítor Baía acusa o seu ex-gestor, António Esteves, e a mulher deste de burla. Em entrevista ao CM, o economista garante que se houve prejuízos, então ambos foram lesados.
“Sempre fui um protector do Vítor, quer na sua imagem, quer nos seus negócios.” Esteves define assim a sua ligação ao ex-futebolista, de quem afirma não ter ressentimentos. “Não quero e nunca quis fazer mal a ninguém, apenas pretendo repor a verdade. Nunca roubei dez milhões, nem um milhão e nem sequer um cêntimo”, diz.
No início da relação profissional, Esteves geria os negócios e ganhava uma percentagem dos lucros. Caso houvesse prejuízo, ninguém ganhava. Mais tarde, tornaram-se sócios em várias empresas. Em relação à unidade hoteleira de Évora – em que o investimento de vários milhões acabou por ser embargado –, o economista diz estar confiante e admite que o negócio possa continuar. E nem o facto de o antigo guarda-redes o ter acusado de burla o parece afectar. “Temos vários interessados e se o Vítor foi prejudicado nesse investimento, então eu também fui. Já ganhámos uma acção contra a Casais, a empresa construtora”, refere.
Relativamente à procuração que Baía terá concedido a Esteves, o economista é peremptório. “Nunca existiu uma procuração de plenos poderes, apenas um documento que me permitia assinar várias coisas.”
Quanto aos milhões que o antigo guardião do FC Porto deve à Banca, Esteves diz nada saber. “Durante os anos em que trabalhei com ele, nunca ficou a dever nada. Se tem dívidas desde que deixámos de trabalhar juntos, não tenho qualquer responsabilidade”, afirma. O economista confirma ainda que vai apresentar queixa por difamação contra o antigo guarda-redes.
HOTEL DE LUXO EM ÉVORA DEU ORIGEM A DESCONFIANÇAS
O principal motivo que levou Baía a desconfiar de António Esteves foi o negócio de Évora, onde as obras no hotel de luxo continuam paradas. O terreno foi adquirido pela Perdiganito, onde Baía e Esteves são sócios. Além de primeiro adquirir 40% da empresa, o antigo guarda-redes pagou ainda três milhões aos restantes sócios – e ficou com 90%, mas achou o preço demasiado alto. Esteves explica que o terreno valorizou com a aprovação do projecto e com o início de construção.