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Cláudio Ramos desabafa: “Fui olhado de lado por colegas de trabalho”

O apresentador assumiu a sua homossexualidade em entrevista ao programa 'Alta Definição', em 2015.

Cláudio Ramos escreveu uma crónica na revista TV Mais com o título “… a propósito de ser gay”.

O apresentador da TVI começou por referir: “Ser gay não é uma escolha. Não é uma opção. E não é algo que tenha de ser ‘aceite’ ou ‘tolerado’ pela grande maioria, da mesma forma que nascer com olhos castanhos, cabelo loiro, dois braços e cinco dedos também não tem de ser aceite ou tolerado. Ser gay é uma característica e é assim que deve ser visto”.

Desde que publicamente disse que sou gay, não há um dia que não receba uma mensagem de alguém que vive de perto esta realidade na busca de um conselho, porque não o conseguem em mais lado nenhum”, contou

Quem é gay, graças à ignorância de muitos, tende a sentir-se culpado naquilo que é a sua natureza e, por isso, em muitos contextos vive escondido com medo – e muitíssimas vezes terror – que se descubra ou desconfie. Nunca gostei da expressão assumir-se ou sair do armário porque ninguém tem de assumir coisa nenhuma nem está metido num armário à espera que se abra uma porta. Ser gay vai além da sexualidade. É preciso que se entenda isso”, explicou.

Cláudio Ramos destacou que a sua obrigação é “denunciar todos os atos de homofobia absurdos que se veem todos os dias de forma encapotada“: “Também os vivi e se não os vivencio agora é porque tenho a noção plena que sou um privilegiado na forma como tive a capacidade individual de gerir tudo”.

Fui, até ao momento em que publicamente disse ‘gosto de um homem’ muito atacado. Atacado por gays, atacado por heterossexuais, atacado por associações que achavam que deviam ter um voto na matéria, atacado por gente que queria que o meu tempo fosse o deles e atacado por miúdos e homens que usavam a sua ignorante masculinidade para me tentar diminuir”, acrescentou.

Já trabalhando em televisão, fui usado por humoristas de forma humilhante, fui apontado por críticos e cronistas como se a minha condição sexual fosse mais importante que o meu trabalho, fui olhado de lado por colegas de trabalho, fui colocado de parte e fui resistindo”, lamentou.

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