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Anjos na TVI! Deixam porta em aberto para um eventual recurso

“Esse vídeo provocou danos a nós, e não só a nós. A uma equipa de 28 pessoas, que também foram afetadas, perderam contratos, perderam patrocínios. Isto não é abstrato, não são só palavras.”

O tribunal deu razão a Joana Marques no processo movido pelos Anjos, que pediam mais de um milhão de euros pela sátira feita ao vídeo onde interpretavam o hino nacional.

A dupla esteve em direto no Jornal Nacional da TVI, onde deixaram várias considerações e como se sentem de momento.

Sentados perante as câmaras, não fugiram ao tema: “Valeu a pena, valeu, porque voltaremos a fazer exatamente aquilo que fizemos, por várias razões”, começou por dizer Nelson.

O músico garante que nunca esteve em causa qualquer tentativa de limitar o humor ou condicionar a crítica, “Nós nunca nos sentimos ofendidos por qualquer tipo de piada. Aliás, seria piada sentirmo-nos ofendidos por uma piada. Não fizemos nenhum ataque ou condicionámos sequer a liberdade de expressão, porque nós somos liberdade de expressão.”

O que os Anjos dizem ter estado em causa foi um vídeo manipulado, “O que nós ficámos, efetivamente, foi prejudicados por um vídeo que foi editado. Isso é factual. Aliás, na sentença, naquilo que me comunicaram, esteve lá plasmado.”

A questão não convenceu a juíza, que no documento agora público rejeita os pedidos dos irmãos e sublinha que impor a Joana Marques uma espécie de “auto-censura preventiva” seria “fatal para a liberdade de expressão”. Confrontados com esta ideia, os músicos não se retraem, “Nós não nos sentimos nesse papel, até porque, desde o início, sempre acreditámos, e continuamos a acreditar, que estamos do lado certo da história. Nós lutamos por aquilo que é justo, lutamos pela verdade, lutamos pelo princípio da dignidade humana.”

Sérgio Rosado juntou-se logo a seguir ao debate, “Isto nunca foi um ataque à liberdade de expressão, como o Nelson disse. Quem nos conhece há mais de 26 anos sabe que ninguém queria estar neste local, a falar sobre este processo. Queríamos, sim, estar aqui a falar do futuro dos Anjos, daquilo que queremos fazer, e não do que aconteceu.”

Mas, insiste, o impacto do episódio foi real e concreto, “Esse vídeo provocou danos a nós, e não só a nós. A uma equipa de 28 pessoas, que também foram afetadas, perderam contratos, perderam patrocínios. Isto não é abstrato, não são só palavras.”

A sentença, no entanto, conclui que a origem de toda a polémica esteve em problemas técnicos na atuação da banda no autódromo de Portimão. Perguntados sobre um eventual recurso, Nelson preferiu deixar a porta aberta, “Isto tem que ser analisado entre nós, a nossa família, as nossas equipas e as outras duas empresas que também são autoras do processo. Houve cancelamento de contratos de trabalho, de patrocínios, e isso foi dito em tribunal. Essa decisão [do recurso] vai ser discutida pela nossa equipa jurídica. Se decidirmos que sim, estaremos a exercer um direito que nos compete e que nos assiste.”

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