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Anjos. Nelson e Sérgio Rosado: ‘Se voltássemos atrás, faríamos tudo outra vez’

Cantores abrem o coração sobre o processo em tribunal, as críticas na internet e a força que encontraram no público.

Ainda no seguimento da entrevista dos Anjos na TVI, após ter sido conhecida a sentença no processo contra a Joana Marques.

“Não gravámos um vídeo a festejar nem nada disso”, começou por explicar Sérgio Rosado, sublinhando que a reação à sentença foi serena. “Acima de tudo continuamos iguais a nós próprios. Temos de ser coerentes. Ao longo da nossa carreira sempre defendemos valores daquilo que é a família, o respeito pela sociedade, pelo próximo. Sabemos que existem regras e que temos de as cumprir. É exatamente isso que passamos também aos nossos filhos. Isto não é uma derrota, porque continuamos, como o Nelson disse muito bem, a acreditar que estamos do lado certo da história. Se voltássemos atrás, faríamos tudo novamente. Sem dúvida.”

Perante a questão da liberdade do humor, Nelson foi direto: “Muito, nós temos sentido de humor. O nosso passado revela isso, participámos em dezenas e dezenas de sketches em todos os canais. Nós somos liberdade de expressão efetivamente, porque quer um ator, quer um escultor, um pintor, um humorista, um comediante, estamos todos na mesma prateleira: a da liberdade criativa e artística. Precisamos desse direito. O que aconteceu aqui foi uma falta de sensibilidade em relação às responsabilidades. Isto foi um caso de responsabilidade civil. A sentença diz que não há limites para o humor – eu também acho que não há – mas sou responsável pelo que digo ou faço. Esse foi o cerne do processo.”

O músico aproveitou ainda para desmontar aquilo que apelida de “mito do dinheiro”: “Não acordámos um dia a pedir um milhão de euros. Esse valor foi definido com base nos prejuízos efetivos, apresentados em tribunal, com provas documentais e testemunhais. Concluiu-se que foi por causa de um vídeo editado, nunca por causa da piada. E, atenção, eu e o Sérgio representamos apenas 9% desse valor. O resto foi reclamado por empresas que sofreram cancelamentos de concertos, de campanhas fotográficas, etc.”

O tribunal da opinião pública

A discussão pública sobre o caso foi intensa, mas os músicos insistem que o verdadeiro “tribunal” é o do público. “Imaginem o choque para nós quando nos estavam a cancelar trabalho por causa de um vídeo editado, e isto logo a seguir ao Covid, numa altura em que estava tudo muito mais sensível”, recorda Sérgio. “Sentimos o tribunal da opinião pública, sim, mas aquilo que define a nossa carreira é o nosso público. E o nosso público sempre esteve do nosso lado.”

Nelson, por sua vez, fez questão de esclarecer um episódio que ganhou destaque nas redes sociais: “Circulou um vídeo de um concerto nosso com pouca gente à frente do palco, dito como o primeiro após o julgamento. Não era o primeiro concerto. E não era verdade: tratava-se de um piquenique em Lousada, às 5 da tarde, com 40 graus. As pessoas estavam todas atrás da régie, à sombra. Estavam lá 3 ou 4 mil pessoas. Essas imagens foram depois desmentidas.”

A prova de fogo do digital

Mais do que a disputa legal, os irmãos apontam o dedo ao impacto das redes sociais: “Se disséssemos que não sentimos o ricochete, não estávamos a ser coerentes. Foi e continua a ser um desafio gigante lidar com o digital”, admitiu Sérgio. “Tentaram criar a expectativa de que isso iria ter impacto nos nossos concertos. Não teve. As pessoas conhecem o nosso trabalho de 26 anos, não é de agora nem desde 2022.”

E para o provar, Nelson lembra: “Enchemos o Meo Arena em dezembro do ano passado, já depois de tudo isto. Foi um sucesso, e ainda entregámos 53 mil euros para apoiar a luta contra a violência doméstica. Foi um grande evento.”

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