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Luís Osório arrasa homenagem a João Moura «Nem que fosse pela vergonha»

Luís Osório voltou com o seu «postal do dia» e deixou novas farpas nas suas redes sociais.

Desta vez pegou na homenagem que irá ser efetuada a João Moura, aquele sujeito que é  arguido num processo de violência contra os seus cães.

Luís Osório acha esta ideia de homenagear João Moura uma péssima ideia e questiona, «Como pode João Moura ser homenageado publicamente? Quem teve a ideia? E que arrogância levá-la à prática – uma arrogância que os adeptos de touradas poderão pagar caro a curto, médio e longo prazo.»

E ainda afirma, «João Moura não pode ser homenageado. Um homem capaz daquilo deveria condenar-se a si próprio ao ostracismo. Deveria ser o primeiro a retirar-se de cena. Nem que fosse pela vergonha. Mas não. Vai ser homenageado. Aplaudido.»

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Lê aqui o artigo completo do jornalista e autor, Luís Osório:

POSTAL DO DIA

A homenagem a João Moura vai sair muito cara

1.
João Moura vai ser homenageado no próximo dia 26 de agosto, na Praça de Touros do Campo Pequeno.
Homenageado pela sua carreira tauromáquica num evento que terá a participação dos seus dois filhos, também eles cavaleiros de touradas.
Ensinou-me o meu amigo e saudoso Nuno Brederode dos Santos que a indignação é um espasmo de inteligência, mas há certos momentos em que uma pessoa fica sem qualquer reação.
Como pode João Moura ser homenageado publicamente?
Quem teve a ideia?
E que arrogância levá-la à prática – uma arrogância que os adeptos de touradas poderão pagar caro a curto, médio e longo prazo.

2.
João Moura é arguido num processo de violência contra os seus cães.
O país viu a imagem dos seus 18 galgos, o país viu como a GNR os encontrou na sua propriedade em Monforte.
Subnutridos, famélicos, apenas com a pele e o osso.
Foi detido e libertado já como arguido.
E não é arguido por um pequeno deslize.
Ou uma suspeita de crime que cometeu involuntariamente.
No lugar onde vive os seus cães foram encontrados pela GNR com sinais de profundos maus-tratos.
Esfomeados.
Desesperados.
João Moura podia não ter dinheiro para os alimentar, mas mesmo que isso fosse verdade não consta que tenha pedido qualquer tipo de ajuda.
Aparentemente estava tranquilo com a situação.

3.
João Moura não pode ser homenageado.
Um homem capaz daquilo deveria condenar-se a si próprio ao ostracismo.
Deveria ser o primeiro a retirar-se de cena.
Nem que fosse pela vergonha.
Mas não.
Vai ser homenageado.
Aplaudido.

4.
Os defensores das touradas deveriam ser os primeiros a saber que João Moura é hoje um ativo tóxico.
Numa altura em que se discute se as touradas devem ser proibidas – e em que vários sítios decretaram já o fim da festa – é um tiro no pé (de canhão) promover Moura a uma galeria onde supostamente se encontram os heróis.
Não nos esqueçamos que um dos argumentos para a continuidade das touradas é precisamente o amor pelos animais, o amor pelos touros bravos e pela natureza.
A homenagem de toda a comunidade tauromáquica a João Moura faz cair por terra o argumento. Se Moura trata assim os seus cães nem quero imaginar o amor que ele sentirá pelos touros e pela natureza.

5.
Estou em crer que esta homenagem colocará outra vez as touradas na ordem do dia.
Muitas dezenas de militantes do PAN e dos direitos dos animais ouvir-se-ão legitimamente no dia 26 de agosto e a margem política estreitar-se-á mais um pouco nos próximos anos.
Os que apoiam as touradas, os que promovem o negócio, deveriam sabê-lo, mas pelos vistos não o sabem.
E pagarão caro por isso.
O mundo mudou e eles não estão a percebê-lo.

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